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Um show de abertura em tom vencedor que abre a nova obra de Tom Fowler nos prova que estamos nas mãos de um escritor que tem um talento para a comédia, assim como de um elenco que consegue realizá-lo da melhor forma. Introduz-nos a Hope, uma mulher que está regressando ao seu país de origem pela primeira vez em 24 anos, para descobrir que se transformou num Estado policial de corporações. Quando Hope faz amizade com Isla, uma jovem que levanta o seu sobrinho bebé, as duas acabam rapidamente a fugir. O design de Naomi Dawson aliado ao som de Annie May Fletcher estabelece perfeitamente a nota certa de uma atmosfera espalhafatosa e insegura para o ditopisia impensável que Fowler imaginara. O carismático protagonista de Laura Checkley faz um par de encher os olhos com Mary Malone como Isla enquanto as duas renegociam uma fuga febricitante que envolve casas de banho de comboio e voluntários improváveis da resistência subterrânea, levantando um guarda florestal triste mas muito simpático (Nima Taleghani) pelo caminho. Esta aventura resultante traz escenas de Thelma and Louise, Wizard of Oz ao avesso e é dirigida com habilidade por Lucy Morrison que equilibra habilmente os seus momentos cómicos com material mais sombrio, incluindo uma alucinante sessão de jogos de televisão. Felix Scott dá toda uma panóplia de excelentes performances, desde um bruto policia até um desesperado ex-marido, e há suficiente vigor e entusiasmo produzido, para que quando Isla anuncia que “isso é, tipo, a melhor aventura de sempre!” Estás preparado para ignorar o terrível que tem acontecido na cave. Contudo, a terceira parte, com pouco conteúdo, perde velocidade e expõe mensagens bastante óbvias. Quando Hope chega ao seu destino final com aquilo que a sua irmã Lordescreve como o seu “tique-bomba de caos em contagiante”, o guião esta a correr à seca. A revelação do passado de Hope não é tão interessante quanto as delícias que a antecederam e nunca descobrimos o que a motivou com tanta vontade de regressar nesse determinado momento. Tudo o que aprendemos é que todos estão a ter uma vida difícil agora, com as alterações climáticas, fascistas e por aí fora. Mas este ainda é um empreendimento engraçado e vigorosamente dirigido e encenado com satisfação. No Royal Court, Londres, até 8 de Julho.

Source: https://www.theguardian.com/stage/2023/jun/11/hope-has-a-happy-meal-review-dystopian-comedy-royal-court-london-tom-fowler

By 152news

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